As Congregações Marianas, desde a origem, têm como coisa própria sua, todas as obras da Igreja

Igreja Católica
Trecho da Constituição Apostólica Bis Saeculari Die, do Papa Pio XII, sobre as Congregações Marianas

Contemplando do alto desta sede de Pedro, como de elevada torre de onde se descortina o mundo, o admirável esforço de tantos fiéis cristãos em toda parte, na conservação, defesa e aumento da religião, julgamos dignas de particular louvor as hostes das congregações marianas, as quais, logo desde a sua origem, se propuseram tomar a cargo, como coisa própria sua e muito em consonância com as suas leis, todas as obras apostólicas recomendadas pela santa madre Igreja, tendo como guias os pastores sagrados, e isso não só individual, mas coletivamente. Quão bem tenham satisfeito a esse encargo e dever, e com que felicíssimos incrementos para a religião, declararam-no eloqüentissimamente os reiterados elogios dos romanos pontífices. E na época atual, agitada por tantas calamidades, é para nós suavíssima consolação contemplar em espírito como os congregados de Maria, em todas as partes do mundo, empenham forças valorosa e eficazmente, em todo gênero de apostolado, seja em levar à virtude e incitar ao desejo de uma vida cristã mais pujante, por meio dos exercícios espirituais, os homens de todas as classes, principalmente os adolescentes e os operários, seja em aliviar as misérias espirituais e materiais dos pobres. E isso fazem-no, não só por iniciativa particular e movidos por sentimentos de bondade inata, mas também promovendo leis conformes com os princípios do evangelho e da justiça social, nas assembléias públicas dos Estados e até mesmo desde os mais altos cargos do Estado.

Também se não devem passar em silêncio as associacões que as congregações marianas fundaram ou consolidaram com o seu esforço, para reprimir as representações teatrais e os espetáculos cinematográficos obscenos, e preservar os bons costumes da aluvião de livros e periódicos perversos. Nem se hão de esquecer as inúmeras escolas gratuitas abertas pelas congregações para os meninos e adultos mais desprotegidos da fortuna; os institutos técnicos para melhor formação dos operários na arte de cada um, e sobretudo os que visam a uma maior especialização nas várias classes e gêneros de profissões e disciplinas. Essa forma de apostolado, tão necessária em nossos dias, é praticada por numerosas congregações, sobretudo pelas chamadas interparoquiais, em proveito de grupos de pessoas unidas entre si pela maior semelhança dos respectivos misteres e ofícios. (...) De tudo isso, portanto, claramente se conclui que as congregações marianas, como as suas regras aprovadas pela Igreja altamente proclamam, são associações imbuídas de espírito apostólico, que, ao incitar os seus membros, por vezes arrebatados até aos cumes da santidade, a procurar também a perfeição da vida cristã e a salvação eterna dos outros, sob a direção dos pastores sagrados, e a defender os direitos da Igreja, conseguem também preparar incansáveis arautos da Virgem Mãe de Deus e adestradíssimos propagadores do reino de Cristo.